quarta-feira, 5 de janeiro de 2011



E hoje eu perdi alguém. Alguém que desde que eu me conheço por gente está em minha vida. Pra muitos não é um alguém, e sim um animal qualquer, mas pra mim, a belinha era alguém. Eu ainda me lembro de quando eu via ela bebezinho, sempre brincando com um urso de pelúcia que ela adorava, era louca por bolinhas, e sempre foi muito carente. E era sempre eu, eu que brincava com ela, eu que pegava ela no colo quando ela pedia, eu que dormia com ela na minha cama, não me importava se ela estava limpa ou imunda, eu sempre estava com ela. Me lembro das vezes que eu chegava da escola e ela era a primeira a vir correndo me receber, ficava rodando as pessoas na mesa quando alguém estava comendo só pra ver se alguém daria alguma coisinha pra ela, e consequentemente, ela acabava ganhando alguma coisa. Depois que eu me mudei comecei a ver ela menos vezes, já que ela era da minha irmã, e não minha. Mas eu sempre considerei a belinha como minha filha, eu era a pessoa mais apegada à ela, e sempre que nos víamos, mesmo que fosse uma vez por ano, ela sempre me recebia com o mesmo jeito carinhoso de sempre. Me lembro de quando estava morando longe, ela se machucou e teve que passar por uma cirurgia, eu chorei muito, foi uma dor horrível, me imaginar perdendo a belinha, imaginar que eu não veria mais ela. E justamente hoje, depois de tanto tempo daquela cirurgia, agora que ela já estava super bem, por causa daquele jeito carinhoso de receber as pessoas, ela acabou recebendo o carro como não deveria. E ela se foi, a belinha se foi da minha vida. Essa semana eu ainda falei que ela teria que viver mais alguns anos pra que o meu sobrinho também pudesse brincar com ela assim como eu brinquei, pra ela receber ele quando ele chegasse da escola assim como ela me recebia, pra ele dormir com ela mesmo quando ela estivesse suja e fedida, assim como eu fazia. Eu nunca havia perdido alguém tão próximo, alguém que fosse tão importante na minha vida, eu não imaginava que a dor fosse tão forte, tão ruim. Eu escrevo esse texto sem parar de chorar e soluçar. Pensar que amanhã eu vou acordar e a belinha não vai estar ali pra eu pegar ela no colo e dar aquele beijo que eu dava nela todos os dias, pensar que ela nunca mais vai me receber com aquele jeito carinhoso dela, pensar que eu nunca mais vou poder ver ela, é horrível. Mas de certa forma eu estou em paz, eu fiquei do lado dela mesmo depois de ela já ter morrido, e ela morreu sabendo o quando eu amava ela, o quanto o meu carinho por ela era grande, e também morreu sabendo que eu nunca vou esquecer dela. Pode passar o tempo que for, eu sinceramente não sei quanto tempo vou levar pra me recuperar, mas a belinha é inesquecível, os momentos que eu tive com ela e a felicidade que ela me deu, isso não vai embora nunca. Belinha, tu sabe que eu te amo muito meu bebê, muito, e eu nunca vou te esquecer meu neném, eu prometo!

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